quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amoras se expandem pelas ilhas e ameaçam a existência da escalésia.


O cacto não é uma árvore como outra qualquer. Ele cresce, mais ou menos, um centímetro por ano e um metro, a cada século. Se ele tiver uns cinco metros de altura, tem pelo menos 500 anos de idade. E nós encontramos uma floresta de cacto que passou os últimos séculos crescendo lenta e livremente. Os cactos vivem com pouca água e se mantêm livres de invasores com a robustez de seus espinhos.
Em geral, é mais fácil ser um cacto que uma escalésia. Ela é outra planta que só existe em Galápagos, mas que vem correndo riscos e precisa ser replantada. E quem são os vilões dessa história? As amoras foram introduzidas nas ilhas e se espalharam rapidamente. Elas são fortes e destrutivas. Estão acabando com boa parte da vegetação natural. E as armas na luta pela recuperação da floresta são o facão e a força de trabalho.
Você pode imaginar: “as amoras parecem tão inofensivas”. Já o coordenador de restauração do Parque das Ihas Galápagos, Sixto Naranjo, diz que elas sugam os nutrientes, sufocam as escalésias e interrompem uma importante cadeia ecológica das ilhas.
É só um exemplo do esforço generalizado de guias e cientistas, para que Galápagos seja para sempre. Sem interferências externas, ela sabe se reinventar direitinho.
Obrigado aos artistas galapaguenhos desse Globo Repórter, às iguanas marinhas e terrestres, às tartarugas marinhas e terrestres. Abraço especial ao George, aos atobás de pata azul, a todos os apaixonados destas ilhas. Para os lobos marinhos, uma salva de palmas, porque eles merecem. E ao nosso guia Andrés, que é um pouco disso tudo.
Mesmo vivendo em Galápagos, Andrés revela que ainda se surpreende com toda a natureza local. “É sempre surpreendente. Todo dia é uma maravilha. Todo dia tem coisa nova, é uma harmonia também para poder desfrutar da vida e saber que temos de proteger esse lugar. É único”, aponta o guia.
Charles Darwin se orgulharia de reencontrar esse cantinho do planeta que tanto o impressionou, onde a vida evolui.

Fonte: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/11/amoras-se-expandem-pelas-ilhas-e-ameacam-existencia-da-escalesia.html

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